sexta-feira, 24 de setembro de 2010

24_09

Aproximam-se os últimos momentos, e o reflexo de fotografar volta agora a atingir níveis próximos aos dos primeiros tempos, mas agora são a consequência de um certo receio de não ficar registado um ou outro pormenor. Pormenores que até agora não foram fotografados, mas que pelas circunstâncias, reúnem critérios para ficarem igualmente assinalados.
Mas o ritmo continua, talvez um pouco diferente, pela pressão de querer deixar as coisas ‘arrumadas’ e pelo peso de algum cansaço (…) e das saudades (…).
Entretanto, mostro fotos de uma boa iniciativa que foi vista em prática por estes lados. Acontece que existe um barco hospital de nome ‘Mercy’ (que deve ter ‘descendência’ militar) que circula pelo mundo (a ajudar em situações de guerra e/ou países mais necessitados) e esteve estacionado ás portas de Díli. Durante um período que rondou uma semana, equipas medicas eram transportadas de helicóptero a locais mais afastados da capital, no intuito de dar uma resposta no local a algumas necessidades de saúde, e encaminhar para o barco os casos com solução cirúrgica (sem necessidade de um recobro prolongado).
Claro que, a vinda de tanto estrangeiro através do céu, provocou em laclubar grande alvoroço. A aterragem era feita no campo de futebol, onde já estava uma boa quantidade de crianças que, respeitando a distância de segurança, aproveitavam a força do vento resultante das várias aterragens e descolagens, para adoptarem novas posições e fazerem outras movimentações que não lhes são permitidas pelas restrições da gravidade.






















Depois de umas horas já se notava o início dos trabalhos, pelas pulseiras que se viam a passear pela aldeia, resultante de uma espécie de ‘triagem de Manchester’. Conhecemos alguns elementos da equipa, um deles era canadense, mas falava um português herdado de um casamento recente com uma brasileira que conheceu pela internet (ninguém as pára..:)!)
Tive oportunidade de ver como tudo estava montado e como era feito o atendimento. Pude aperceber-me que tudo funcionava com uso das melhores tecnologias: informatização de dados, códigos de barras, circulação de informação por wireless, etc.





















Acaba por ser um cenário mais ou menos comum por estes lados, e até compreensível, da falta de condições (do quase nada) passa-se, ainda que apenas por uns tempos, para condições ‘modernas’, para o quase tudo; da falta de telecomunicações, passa-se para redes 3G… prevejo que, para os próximos tempos, da falta de estradas se passe para uma rede de TGV.
Além das pulseiras, uns instantes depois, comecei a reparar noutras mudanças, a melhor delas foi os óculos de sol que eram amplamente fornecidos e davam um aspecto ainda mais castiço aos ‘Katuas’ (velhotes). Quase na mesma proporção, eram distribuídas vitaminas e outros comprimidos, óculos graduados, etc.





































Entre as ‘ultimas migalhas’ existem de igual forma dias preenchidos, coisas a executar conforme o planeado, etc. O curso de introdução à saúde mental leccionado a um grupo de colaboradores terminou, com sucesso, e já se iniciou um outro para um grupo de elementos previamente e criteriosamente seleccionados; são 10 sessões com duração nunca inferior a uma hora e meia, e em que, no esforço por passar a mensagem e por me fazer compreender, acabo por recorrer a varias técnicas de forma meio espontânea: tétum, português, ‘pictionary’, o conto (com exemplos de algumas situações), e até expressão corporal/teatralização – quem conta um conto, encarna algumas personagens… J! Por outro lado, existem alguns encontros com algumas entidades que se vão tornando pertinentes. Em tudo isto, conto já com a presença de um novo elemento, um enfermeiro destacado pelos Irmãos, baptizado como Silvestre, e que será responsável por dar continuidade a umas coisas, erguer outras, e cuja presença tem sido ‘rentabilizada’.


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