quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

14/01


14/01/10

Vou tentar fazer a compilação possível destes últimos dias, também pela pressão que senti (no bom sentido) depois de (re)visitar a minha caixa postal 100…:)!

A verdade é que por algumas razões, como o inicio de alguns trabalhos e alguma dissipação daquela euforia inicial de Malai recém chegado (alguma porque há sempre aquela percentagem que me acompanha sempre), não tenho tido a mesma disponibilidade para aquelas composições quase em tempo real do que se vai passando. Mas isso era algo que eu também já previa.

Antes de mais, só dizer que o meu portátil continua a dar provas de que não se esta a adaptar a estes ares (…), e também por isso estou a passar a usar mais um novo portátil que chegou recentemente, para dar também resposta aos trabalhos junto da Residência S. Ricardo Pampuri, o centro de internamento de doentes de Tuberculose, que é a infra-estrutura onde estou mais directamente envolvido e que tem este aspecto pacato.






Tem capacidade para cerca de 8 doentes (se não estou em erro) e, entre outros elementos, tem 5 pessoas “da terra” a fazer turnos la, mas que são também educadoras das populações através de sessões no Centro de saúde (á quarta feira) e de outras iniciativas (nas escolas, nas aldeias remotas, etc.) que estou a potenciar para que se voltem a realizar e não sejam um acto isolado de á dois anos atrás.
Para isso começaram já umas acções de esclarecimento de alguns conceitos sobre a doença e sobre o problema que ela representa. Isto dito assim quase não dá para imaginar a paródia que aquilo é; eu com um talento de explicador ainda por explorar, e com um sotaque que tem vindo a alterar-se e que esta ali na terra de ninguém e de todos – nem português nem tetun. Mas o esforço e vontade de ambas as partes é visível e reconhecido.

E sem dar mais pormenores, só dizer que o pessoal da Medicina D ficaria escandalizado com as precauções que se tem com estes doentes; eu já andei a meter algum medo aos funcionários a ver se têm algum mais cuidado…:)! Mas reconheço que desse lado as precauções também são exageradas!

À uns dias atrás fomos a uma aldeia (Soebada – acho que é assim que se escreve), buscar uns doentes de quem havia rumores de terem sintomas de TB e que se prolongavam á umas 2 semanas. A viagem supunha atravessar um rio, o que por vezes implica que isso seja impossível de fazer ou (ainda mais complicado) que se passe para o lado de lá e depois não seja possível regressar enquanto a corrente não baixe!

















Depois de algumas formalidades que não importa muito estar aqui a relatar, a senhora despediu-se da família, mas não abandonou a casa sem antes dar vida a um ritual castiço: um dos presentes, sustendo uma moeda na mão, fez com que a senhora passasse debaixo da moeda antes de iniciar viagem. Segundo o Ir Vítor, trata-se de um ritual para que os espíritos não fiquem zangados por ela abandonar o lar.

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