sexta-feira, 2 de abril de 2010

Fatumakerek (pela 2da vez)

A caminhada não é fácil, o tempo nem sempre ajuda, mas os fins tornam estes entretantos em coisas sem grande importância.
É já a 2da vez que tenho a oportunidade de voltar a esta pequena aldeia isolada entre montanhas. Desta feita, a ‘desculpa’ foi a inauguração da escola cuja construção contou com o apoio dos Irmãos, bem como do estado português, mas sem a mobilização da população (crucial e exemplar), nunca seria possível juntar todos aqueles materiais e erguer aquela escola ali. Quando se percorre aquele caminho, e nos deparamos com aquela construção, é inevitável imaginar os esforços… e pensa-se facilmente: “ – eles devem ter um truque qualquer;)!



























Mas chegamos, a proximidade da aldeia era indiciada por sons de instrumentos tradicionais que compunham um ensaio para a recepção das altas patentes uns dias depois. Eu + duas educadoras (D.Luciana e Margarida) + Ezequiel (um dos alunos do Vítor) e um Enfermeiro da zona, o Sr Domingos (o mais conhecedor do caminho) fui 2 dias antes já que, segundo o planeado, iríamos realizar educações para a saúde sobre Higiene durante duas manhas, abrangendo todos os alunos, e culminando com a entrega de um kit de higiene (entre outras coisas com: corda de estendal, escova e pasta de dentes, toalha, balde…)



















Aqui o professor na formatura, a explicar aos alunos (novamente) o que se iria passar. Eu sei, o micro destoa ali um bocado ;); acho que eles tinham pedido isto emprestado por ocasião da inauguração da escola e da festarola.
A escola e a igreja ficam num montezinho a uns 700 metros do ‘centro’ da aldeia, e eles tinham este sistema montado lá no cimo junto á escola, e além de uma colunazinha, tinham também um altifalante apontado para a aldeia mas que ecoava pelas montanhas acima (conforme o vento o permitisse).





















E ter ido uns dias antes da cerimónia, antes da chegada do embaixador (sim, ele marcou presença, e não veio de helicóptero), tornou as coisas ainda mais interessantes: sentir aquele frenesim crescente das preparações no meio daquela simplicidade. Foi mesmo castiço, eles estavam sempre a fazer avisos no altifalante, ora para buscar isto, fazer aquilo, chamar este ou aquele, e a certa altura ouvia-se lá de cima: ‘… e toca a arrumar os cavalos que os malais não gostam de ver os cavalos assim por ai…’!!!:))



















uns últimos retoques por fora; a parte de dentro fica para depois, se sobrar verniz, se não ainda fica para mais tarde



















Aqui outro ensaio que os outros malais não viram ;)!



























As noites mais frescas mas, com este chuveiro, a noite era o melhor cenário para um banho que não se esquece: os ruídos de animais misturados com conversas de fundo, o tecto de estrelas e uma lua meio envergonhada a furarem entre umas poucas folhas de palmeira. aqui uma ideia mais concreta, enquanto seca a t-shirt do HGSA (hospital geral de santo António – serviço de medicina 1D, salve!).


















A tenda das festividades





















‘Todos diferentes todos iguais’

































As crianças quase não falam tetun aqui, só o dialecto Idaté. Mas isso não foi obstáculo.





















Planeamos umas brincadeiras entre as limitações existentes, que funcionaram bem!































































E depois, o diaD, festa ‘Bo’ot’: animação, protocolos; depois ‘tua’ (vinho), e perde-se alguma vergonha, os corpos relaxam-se entre danças pela noite dentro, à luz de cantares com vozes aquecidas.
O IrVitor mandou chamar-me ao inicio da tarde para abrir o baile em sua representação; ele a pensar que eu ia andar ali atrapalhado com as pernas e a pisar os pés da rapariga, mas não;), sai-me relativamente bem;P!












































O sr Embaixador a cortar a fita…Mas antes…








































…a mesa das crianças…:)



alguns nao pagarão bilhete...;)

























(a ‘cama’)





















As pessoas recebem de uma forma particularmente agradável, e as particularidades deste sitio tornam coisas simples em boas ajudas … Entre tudo isto, fica a vontade de voltar, e por mais tempo.
Um telefonema, uma tentativa de partilhar algo disto em ‘tempo real’ é… surreal, não se consegue. Desculpem-me.





















(a Margarida, uma das educadoras)




(a ‘casa’; o posto de saúde)



















No regresso fomos os primeiros a iniciar viagem (7h), uma hora depois fomos apanhados pelo pelotão, muito por culpa do cavalo, que ainda estou para concluir se foi ajuda ou estorvo;). Sem me alargar muito, acho que quatro patas para aquele cavalo são muita coisa…:), estava a ver que tinha que o levar ao colo. Só mostrava força quando relinchava assim que avistava umas fêmeas pelo caminho; mal ele sabe que tem instituído o voto de celibato como o dono ;)!

1 comentário:

  1. Fico contente de ires percebendo a bondade de tudo o que te acontece...
    Continua a viver na felicidade do hoje!
    Beijinhos grandes

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