quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

18/02

Ontem pelas 21h locais chagávamos ao final da nossa aventura. No dia anterior tínhamos saído cedo, com o objectivo de visitar duas das aldeias mais isoladas desta zona (Sasahi e Fatumakerek). Para isso foram dispensadas um total de cerca de 12h a andar, parte delas debaixo de chuva (cerca de 10:21h) e 01:13h debaixo de noite cerrada.
Todo o caminho justificava o isolamento a que estas comunidades estavam entregues: as paisagens em tons de verde que pareciam não ter fim (os tons e as paisagens!); estradas que pareciam ser o único vestígio da intervenção humana e, ora desapareciam, ora não existiam; os cavalos e os búfalos que pastavam com uma liberdade que nunca tinha presenciado… tudo parecia fazer-nos ver que não pertencíamos ali e nós fizemos questão em não deixar rastro da nossa passagem.















Chegamos a Sasahi duas horas antes do que a que éramos esperados. Fomos acomodados na casa do catecista, das poucas não tradicionais (não suspensa e com telhados de zinco), as camas de bambu, à semelhança de toda a construção da casa. Na mesa combinações simples mas que nos pareciam satisfazer por completo. E as pessoas… as fotos e os vídeos não me vão deixar esquecer a recepção do senhor Manuel, as crianças com os seus sorrisos a não condizerem com os seus ‘apertos de mão’ de adultos, etc.





...o chao nao é alcatifa;)!
...uma preciosidade nestas bandas...









Sr Manuel



















À noite as fendas das paredes de bambu não eram suficientes para deixar secar as roupas molhadas (as que foi possível descolar do corpo) e traziam para bem perto os sons da ribeira e outros.


Partimos para Fatumakerek mais tarde do que o previsto e na companhia de mais alguma chuva que me obrigou a optar por algum tempo pelas havaianas para poupar um pouco as minhas super magnificas fantabulásticas sapatilhas que, depois de muita resistência, sucumbiram às chuvas constantes ;)!




















Depois de mais uma dose de caminhos sinuosos chegamos. Nos meus pés pouco me separava da lama, na minha cabeça atropelavam-se várias músicas, e pensar naquela gente que por vezes se vê obrigada a transportar, não uma mochila – como eu, mas portas, janelas, cimento…!





Nestas condições está aqui a ser ultimada a construção de uma nova escola cujo projecto está a cargo dos ISJD. Aqui vi reforçada a minha ideia de que em Timor há uma coisa que chega a sítios onde a coca-cola ainda não chegou: o Supermi – uma espécie de massa algures entre a esparguete e a letria, e que eles comem até sem cozinhar e deve ser integrado nas refeições das crianças pouco depois do leite materno ;)! Aqui fui comparado à imagem de Cristo; segundo uma tradução do Ir Vítor de comentários em idaté (um dialecto) que umas senhoras faziam entre si (…;)!).
Voltamos (bem), com atraso, depois de algum caminho com visibilidade limitada por um par de lanternas. E pensar que a maior parte destes acontecimentos aconteceu enquanto vocês desse lado dormiam …;)!

2 comentários:

  1. pedro!
    agora depois desta caminhadazita e dos pequenos pingos das chuvas tropicais... diz-me lá: qual o melhor calçado para Timor?
    "super magnificas fantabulásticas"... estarias a querer falar dos chinelos de dedo?!
    eheheh

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  2. os chinelos de meter no dedo tive q recorrer a eles (sim), mas para descer aqeles caminhos...tb nao foi facil...

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